05 setembro 2006

O QUE PAIRA SOBRE NÓS!

E como o assunto é Eleições 2006, vou começar com política. Esse artigo foi escrito por meu cunhado Frederico Ricardo Barbosa Praxedes, economista, funcionário público do estado, mais um dos milhões de brasileiros, que como ele, achavam que a esperança do nosso país seria a vitória do Partido dos Trabalhadores à Presidência da República.Nesse texto, Fred demonstra sua indignação e decepção pelo atual governo e deixa um alerta para que os brasileiros pensem bem antes de elegerem seus representantes e principalmente de os reelegerem! Quero deixar claro aos leitores, que o assunto abordado no texto, não se trata de ser ou não a minha opinião, tanto que o mesmo é escrito em 1ª pessoa, demontrando assim a opinião do autor, apenas quero fazer desse blog, um espaço democrático para que todos tenham direito de expressar sua opnião a respeito de diferentes assuntos.


O QUE PAIRA SOBRE NÓS!



Votei em Lula na eleição passada para presidente. Não porque ele fosse de origem humilde, saído de Pernambuco e vencedor em São Paulo. Muitos brasileiros saídos de outros estados são vencedores em São Paulo! Votei em Lula porque ele representava uma nova via de poder que poderia mudar os rumos do Brasil. Sindicalista nos anos oitenta, um dos fundadores do Partido dos trabalhadores, pareceu-me uma liderança legítima e confiável para o que a sociedade brasileira queria. Em sendo do Partido dos Trabalhadores e fazendo um discurso diametralmente oposto aos discursos surrados da velha direita, contra o modo arcaico de fazer política e contra a postura dos políticos de até então; Lula angariou, pouco a pouco, um eleitorado cativo a cada eleição que disputou, chegando, por fim, à presidência da república.

Qual a surpresa minha e acho, de todo o seu eleitorado, quando em um de seus primeiros atos, como Presidente da República, foi elevar o número de Ministério para trinta e quatro, não para atender as necessidades administrativas do Executivo Federal, mas tão somente prestigiar seus amigos derrotados nas urnas. Em seguida, a nomeação de um deputado federal, eleito pelo PSDB mineiro, e ex-presidente do BanK Boston, o Sr. Henrique Meireles, para o estratégico cargo de Presidente do Banco Central do Brasil, um conhecido defensor dos interesses capitalistas das nações do primeiro mundo. Daí para frente foi o que vimos. Todos sabem: Corrupção desenfreada, desmandos de toda ordem, valerioduto, caixa dois, dólares na cueca, Waldomiro Diniz, José Dirceu, dólares de Cuba, o caso do caseiro, os assassinatos de prefeitos do PT, vampiros, tentativas de abafar CPMI, Okamoto, a derrocada de toda a diretoria do PT (Silvinho, Delúbio, Genuíno, e etc.) e outros, culminando, agora, com o sangue sugas.

Alguns já disseram, e eu concordo, que este governo foi um dos mais corruptos que já existiu na república. Não somente corrupto, mas um governo legitimamente eleito, porém com um viés, quase imperceptível, para governar sem os outros poderes da república. O Partido dos Trabalhadores que tanto censurava o governo anterior, pelo uso demasiado de medidas provisórias, fez destas sua maneira de legislar, entupindo a Câmara e o Senado Federais de MPS, impossibilitando-os de examinar as próprias MPS, bem como de legislar o que, por estabelecido na Constituição, é sua atribuição. Além do mais, mantinha conchavos com os representantes do judiciário e cooptou, mediante a forma de pagamento conhecida como "mensalão"inúmeros deputados que votaram as reformas submetidas à Câmara Federal. Tal fato veio a público com o vídeo do Waldomiro Diniz recebendo propina e, posteriormente, com o Deputado Roberto Jeferson, acusando todo esquema que era comandado pelo todo poderoso e arrogante Ministro da Casa Civil, Sr. José Dirceu.

Como foi bastante noticiado nos meios de comunicação, o governo Lula não só deu outro rumo para o país, como também se apropriou de todos os esquemas de corrupção estabelecidos na máquina pública federal, para com a militância do partido, aparelhar o estado brasileiro no sentido de permanecer no poder o máximo possível, via eleições democráticas.

A política do governo Lula foi, então, a de prestar assistência ao grande número de brasileiros excluídos, mediante um programa de transferência de renda, que já havia no governo anterior, e que os petistas insistem em dizer que foram eles que criaram. Essa gama de brasileiros, nessas eleições será o grande eleitor de Lula. Na eleição de 2002 eles votaram em Lula, mas também muitos eleitores da classe média, profissinais liberais, donas de casa, aposentados e pensionistas, professores, estudantes dos níveis secundário e universitário, militares, pequenos e grandes proprietários rurais, servidores públicos municipais, estaduais, federais; inclusive eleitores da classe rica, bem como industriais, construtores, comerciantes e até banqueiros.(efeito carta aos brasileiros, lembram-se dela!?) Lula foi eleito com um capital eleitoral exuberante e legítimo, o que lhe dava condições de realizar as mudanças que toda sociedade exigia e esperava do seu governo. Mas não!Lula preferiu aliar-se ao de mais atrasado e nojento do que tinha a política brasileira (velhas oligarquias estaduais, partidos políticos anacrônicos e gente da pior estirpe para assessora-lo). Nomeou ministros sem experiência e conhecimento técnico no assunto, nomeou amigos para cargos importantes no executivo, loteou os cargos comissionados com os partidos que o apoiavam, lotando os ministérios e repartições de um exército de novatos no serviço público, o que por um bom tempo emperrou a máquina administrativa.

Ingnorando o ensinamento básico da economia de que a riqueza nacional é produto do investimento, principalmente em infra-estrutura, educação e tecnologia; e dando prioridade a programas assistencialistas que, no curto prazo, tão somente no curto prazo, trazem benefícios à população; esbanjou dinheiro em projetos de baixo impacto e em publicidade, muito delas mentirosas, que mostram um Brasil melhor somente na telinha da televisão. "Os brasileiros com acesso a jornais, revistas e TV a cabo, entendem muito bem porque Lula poderá ser reeleito".

O fato estranho estranho nessas eleições, e que as autoridades eleitorais não estão tomando as providências, é que os candidatos a governador não estão fazendo menção ao seu candidato para a presidência, conforme convenções realizadas. Por exemplo, os candidatos aos governos dos Estados do Ceará e de Minas Gerais, ambos do PSDB, e o de Pernambuco, do PFL, na propaganda eleitoral gratuita no rádio e na televisão, não mencionam seu candidato a presidente, o Sr. Geraldo Alkimin. O de Pernambuco chega ao cúmulo de aparecer ao lado de Lula elogiando o governador anterior (PMDB) pelo fato de Lula ter prometido uma refinaria de petróleo para o estado. Ou seja, todos querem colar seus nomes ao de Lula, posto que ele parece ser o mais provável eleito em outubro. Mas tal procedimento é uma infidelidade tão gritante e um desrespeito ao eleitor, porque faze-lo de bobo.O que os partidos de oposição a Lula deveriam fazer era obrigar a divulgação do nome do candidato a presidente do partido ou da coligação.

Os partidos de oposição ao atual governo não agindo assim, permitirão que seus candidatos a governador se elejam, não importando que presidente venha a ser eleito. A oposição passou os últimos anos criticando o governo Lula de corrupção e agora , nas eleições, não tem competência para barra-lo nas urnas!É um fato inacreditável o que está acontecendo!Uma providência tem que ser tomada urgentemente.

Da maneira como as campanhas estão se conduzindo, Lula vencerá a eleição, no primeiro ou segundo turno, não importa, mas será mais uma vez presidente do Brasil.

Ai é que volto ao viés ditatorial do Sr. Lula! Lula governou o Brasil por medida provisória, o congresso não legislou, só aprovando nomes de embaixadores, votos de condolências e outros penduricalhos bobos, e o judiciário só fez atrapalhar as investigações das CPMI concedendo Habeas Corpus àqueles que eram convocados a depor. Por conta dessa interferência, a população brasileira foi obrigada a ouvir mentiras e mais mentiras de corruptos caras de pau. O governo Lula ensaiou censurar a produção artístico-cultural, a carreira de jornalismo e amordaçar o ministério público como forma de liberdade para governar. Nesta campanha ele já se indignou com a imunidade parlamentar e perguntou: "Por que os senadores tem oito anos de mandato?", talvez uma alusão que, se eleito, seu novo mandato possa ser de oito anos (Venezualização). Lula é tão presunçoso, que já prega uma constituinte exclusiva, alegando que o congresso não é capaz de fazê-lo (desmoralizando o congresso). Alerto que tudo isso já se passou na história recente da humanidade!

Preocupa-me Lula ser eleito novamente apesar de toda roubalheira que vimos, e sem a menor responsabilidade pelos fatos ocorridos no seu governo anterior. Lula sempre se fez de rogado dizendo-se inocente porque não sabia de nada que acontecia a sua volta. Como acreditar em Lula se tudo aconteceu embaixo de suas barbas e ele não sabia de nada!É impossível! Ele, mesmo alegando que não sabia de nada, é o grande responsãvel por tudo que aconteceu!Talvez por causa da sua ignorância, mais ainda assim seus assessores poderiam dizê-lo, ele é responsável porque responsabilidade não se delega, autoridade sim. Quando o Presidente da República nomeia um ministro, ele exerce uma função de autoridade. Quando esse ministro comete erros, equívocos e atá roubalheiras, o ministro é o promeiro responsável, mas o último é o presidente que o nomeou. Os partidos de oposição ao invés de terem deixado o presidente "sangrar" deveriam, isso sim, ter pedido seu impeachment por crime de responsabilidade.

E agora?Se Lula for reeleito?Como segura-lo para que ele não vire um Chaves (não é o incauto Chaves do programa mexicano) e queira implantar aqui uma república brasiliana?Consagrado na eleição, com uma oposição que permitiu que seus candidatos alavancassem a candidatura do próprio adversário, Lula estará de mãos livres para fazer acordos espúrios, mesmo porque os governadores eleitos pela oposição deverão ficar mais perto dele politicamente, visando seus próprios interesses, do que dos seus partidos que hoje já não são partidos políticos propriamente, mas um aglomerado de indivíduos olhando cada um para o seu umbigo e esperando a primeira oportunidade para assaltar os cofres da nação e/ou mudar de legenda conforme suas conveniências.

Atenção povo brasileiro!Não se deixe enganar mais uma vez. Estelionato eleitoral nunca mais!


Frederico Barbosa Praxedes
Economista

2 comentários:

Vicente Adeodato disse...

Parabens Érico. Seu post e o texto de seu cunhado reflete muito do que penso . Infelizmente o problema não são os partidos ou instituições, o problema são as pessoas, e aí quando se trata de pessoas os egos, os interesses e poder econômico fala muito mais alto do que a ética, a moral e a postura.

Hugo Azevedo disse...

Érico, muito bom este post.. concerteza esse blog fará parte do hall de sites que diariamente recebem minha visita!
Grande Abraço