TROPA DE ELITE - O FILME QUE VIROU POLÊMICA

Tropa de Elite é muito mais um filme de emoção que de ação. Enfatiza muito mais os aspectos psicológicos, as personalidades e conflitos internos das personagens que as cenas épicas.

A corrupção na PMERJ é escancarada no filme, que mostra bem como o “sistema vive para alimentar o sistema”. O filme é narrado em primeira pessoa, pela principal personagem, um capitão do BOPE que quer sair da Unidade porque está endoidando e porque nasce seu filho. Como na realidade de milhares de PMs, o casamento do capitão acaba por causa do estresse do trabalho.

Numa ocorrência, o capitão encontra dois aspirantes que vislumbra como candidatos para substituí-lo no BOPE. São dois caras honestos e vibradores, amigos de infância, que acabam se matriculando no Curso de Operações Especiais, cuja rotina traz boas cenas e mostra um pouquinho da ralação a que se submetem os candidatos a caveiras, como são chamados os cursados do BOPE.

Como a proposta do filme é trazer a visão dos policiais do BOPE, coisa inédita nacionalmente, não poderia faltar uma boa dose de crítica social, fuzilando os jovens de classe média consumidores de droga, atribuindo-lhes a culpa (ou parte dela) pelo tráfico de drogas e pela violência no Rio de Janeiro.

Falando em lado bom, a parte militar e policial do filme ficou muito bem feita. As gírias típicas da caserna e até a voz de comando são bem empregadas, coisa rara em produções brazucas. E como a versão que roda na internet ainda não é a definitiva, provavelmente as pequenas falhas serão corrigidas até o lançamento oficial, previsto inicialmente para outubro, mas possivelmente antecipado para setembro devido ao vazamento do filme.

Em resumo o filme é excelente. Obrigatório assistir para quem é policial e para quem quer entender um pouco mais como funciona a polícia do Rio de Janeiro.

CAIU NA REDE !!!

Primeiro uma cópia não autorizada do filme vazou na internet, ficando disponível para download. Três funcionários da empresa Drei Marc, que fizeram as legendas do filme, foram identificados como os responsáveis por "vazar" cópia do longa na rede. A partir daí, o filme começou a ser reproduzido e comercializado em camelôs no Rio e em São Paulo.

Há dias atrás, o BOPE (Batalhão de Operações Policiais Especiais) entrou com uma ação na justiça, pedindo a suspensão da exibição do filme, alegando que algumas cenas que identifiquem pessoas e denigram a imagem da corporação tinham que ser retiradas. A ação já foi revogada.

Fonte: Blog da Segurança Pública